Escrito por Inaldo Sampaio
Para quem, até pouco tempo atrás, foi alvo de intenso bombardeio dos editoriais dos mais influentes órgãos de imprensa do país e também do senador Jarbas Vasconcelos por ter adiado para os 45 minutos do segundo tempo o anúncio de sua candidatura à presidência da República, o desempenho de José Serra como candidato tem sido impecável. Ele não cometeu um só erro até agora e para usar uma imagem do deputado pernambucano, Raul Jungmann, “teve 100% de aproveitamento”.
Assessorado por pesquisas qualificativas, o candidato do PSDB está consciente de que o povo brasileiro quer a continuidade do governo Lula, mas não necessariamente com Dilma Rousseff. Daí ter dito ontem à noite à Band que, se depender dele, Serra, “o Lula só ouvirá elogios”. Nada de ataque ao presidente, que tem 75% de avaliação positiva, porque isso seria um contrassenso. A tática, portanto, é provar ao eleitor que ele tem mais bagagem do que Dilma para continuar a obra lulista. E pronto.
Este seria o caminho racional para ganhar a eleição: prometer continuar o que estiver certo e consertar aquilo que estiver errado. É o que ele fez até agora sem dar um único tropeção. Só nos últimos dois dias elogiou o principal programa social do governo Lula (bolsa família) e papeou cerca de uma hora com a candidata do PT na festa dos 80 anos de Maria da Conceição Tavares. Não significa que só com isso ele vá ganhar a eleição. Mas é mais fácil ganhar assim do que agredindo os adversários.
A estratégia de Serra é a melhor para ganhar a eleição, mas não é a mais políticamente correta. Ele afaga o presidente mas critica o PT. E Se Dilma e seus coordenadores perceberem isso logo, logo vão colocar LULA em campo pra dizer que a única pessoa que capaz de continuar o seu projeto é Dilma. É necessário ter cautela não se pode colocar todo dia essa estratégia em campo caso contrário Serra correrá o risco de perder esse trunfo.
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