Escrito por Magno Martins
Um breve balanço sobre as andanças dos dois principais candidatos neste primeiro mês de campanha presidencial nas ruas mostra o tucano José Serra na frente da petista Dilma Rousseff, não apenas nas pesquisas, mas nas estratégias adotadas por seus partidos.
As marés, neste momento, são opostas. Enquanto a de Serra sobe, no embalo de entrevistas bem planejadas e breves viagens para gravar cenas de campanha, Dilma começou sua campanha solo em maré baixa, com tropeços verbais, agenda errática, problemas na coordenação inchada e o mau uso da estrutura de internet, que mais atrapalha do que ajuda.
Na versão 2010, o ex-governador paulista aparece mais sorridente e sereno, evitando bater de frente com a popularidade do presidente Lula, que continua em alta. Para agradar às platéias, faz qualquer coisa. Na contra-mão da sua pregação em defesa de um “Estado musculoso, mas enxuto”, já prometeu a criação de dois novos ministérios, um para a segurança pública, outro para portadores de deficiência. Parece disposto a fazer concessões para assumir um perfil mais popular.
Do outro lado, Dilma ainda não conseguiu se livrar do figurino e da linguagem de tecnocrata, pouco à vontade no papel de candidata. Ninguém muda assim de um dia para outro, é claro, mas o seu comando de campanha também não ajuda a lhe facilitar a vida.
Já era esperado que Serra no embate político e ideológico superasse Dilma que ainda é vista ou como a mulher do Lulapra presidente a ou a austera ex-ministra.
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