terça-feira, 16 de março de 2010

PONTE ALVO DE ESCÂNDALO CONTINUA CAINDO

Ponte da Baraúna denuncia descaso que já dura mais de sete meses


Sete meses se passaram e o descaso continua: a ponte do sítio Baraúnas ainda não foi recuperada e o prefeito não diz absolutamente nada. O Jornal Cidade voltou ao sítio e constatou a vergonha. A ponte continua sob o risco de desabamento, os moradores continuam se arriscando nela e a indignação continua sendo companheira de quem mora na localidade.

O escândalo estourou quando o vereador Sivaldo Albino (PPS), tornou pública uma denúncia contra a administração municipal que contratou a empresa Construlins para executar a recuperação da referida ponte pelo valor de R$ 18.199,00. “Desde que eu comecei a morar aqui nunca vi nenhuma obra ser feita nessa ponte”, informa o agricultor José Siqueira que reside bem na frente da famosa ponte. “Essa casa que você está vendo aqui fui eu quem construiu. Eu sei o que é obra. Com uns dois ou três mil reais a gente deixa essa ponte prontinha. Já pensamos até em pedir o material, mas aqui ninguém tem assistência de nada”, desabafa.

Seu José Siqueira é apenas um morador no meio de toda uma comunidade revoltada com a situação. Na época, o prefeito disse que não sabia de nada e decidiu afastar temporariamente do cargo o então secretário de Serviços Públicos, Euzébio Barbosa, que mais tarde foi desligado da pasta por definitivo. O então secretário de finanças, Acácio Calado, também deixou a administração pública e foi aberta uma sindicância. O processo tem que ser executado dentro de 30 dias com a possibilidade de ser prorrogado por igual período. Sendo assim, o resultado teria que ser divulgado até o mês de dezembro. Já estamos em março e até agora, nenhuma resposta foi dada à sociedade.

O caso foi parar no Ministério Público Estadual, que processou o prefeito, os sócios da empresa, os dois secretários municipais e mais a filha do prefeito, Andréa Oliveira, por improbidade administrativa. Esta última segundo o MP, também seria beneficiada com o esquema fraudulento. Na Câmara de Vereadores até se ensaiou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para apurar o caso, o que poderia até resultar na cassação do mandato do prefeito. Mas os vereadores nem sequer abriram o procedimento.

O processo judicial tramita na Vara da Fazenda Pública, cujo titular é o juiz Glacidelson Vieira, que ainda não julgou o caso. Se for condenado na Justiça, Luiz Carlos, também poderá sofrer a perda do cargo.


PONTE – As rachaduras estão por todos os lados. Os ferros desgastados denunciam o risco de desabamento. Parte do concreto já não existe mais. E os caminhões e carros continuam passando pela ponte, porque é o único acesso a uma escola pública que existe nas imediações. “Aqui cai gente direto. Cai carro, bicicleta, é um caos quando isso acontece”, conclui o agricultor José Siqueira.

FUGINDO DA RAIA – Ao invés de se defender do caso perante o público, num gesto de respeito à sociedade, o prefeito preferiu partir pra briga com o promotor que o denunciou, Alexandre Bezerra. Ele alega que sofre perseguição do promotor pelo fato do representante do MP ter sido candidato a prefeito contra ele em 2004. O promotor não fala sobre o assunto, mas é público e notório que o argumento apresentado pelo prefeito é por demais falho. Se fosse assim, Carlos Ayres Brito não poderia ser presidente do Superior Tribunal Eleitoral por que já foi candidato a deputado federal


Reportagem: Ricardo Oliveira
JC por Redação


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