O mensalão ainda não virou verbete no novo "Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro" do CPDOC-FGV (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil), mas o termo que sintetiza a maior crise do governo Lula é novidade e citado diversas vezes nas biografias de personagens políticos da atualidade, inclusive na do presidente, em sete ocasiões.
Na nova edição, lançada sexta-feira passada com acesso gratuito na internet e aberta a colaborações, o mensalão aparece, por exemplo, 13 vezes no verbete do ex-ministro José Dirceu e duas no de sua sucessora e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. O episódio impacta e conecta a trajetória dos dois petistas: a queda de Dirceu da Casa Civil, causada pelo escândalo, resultou na entrada de Dilma no posto e na ascensão que culmina com sua pré-candidatura.
O "Escândalo do Mensalão" é ainda subtítulo de verbete, e a descrição do esquema ocupa cinco das 17 páginas destinadas ao ex-deputado Roberto Jefferson, detonador da crise. Para o CPDOC, o mensalão não é considerado um conceito político por ausência de reflexão acadêmica sobre o tema. "Mas o termo está coberto em muitos verbetes: tanto o mensalão do PT quanto o do PSDB", explicou o diretor do centro, Celso Castro.
A terceira versão do dicionário (as duas primeiras, em papel, foram lançadas em 1983 e 2001) tem 7.553 verbetes, é digital e substitui os cinco volumes da edição anterior, informa matéria do repórter Raphael Gomide, da Folha de S.Paulo.
Tem muitos nomes que se enquadrariam para receber esse verbete.
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