O Congresso retoma, hoje, a sua rotina com um cenário tenebroso para o Governo Dilma. As mágoas deixadas pela faxina no Ministério dos Transportes e as ameaçadas veladas de que outras áreas do primeiro e segundo escalões poderão receber o mesmo tratamento alimentam um clima de desconfiança e insatisfação dentro da base aliada.
O problema antigo com a demora para o pagamento e o empenho das emendas pode também custar caro ao Palácio do Planalto. Na Câmara, o que se diz é que o Governo pode amargar duas derrotas desastrosas para as contas públicas: a aprovação da regulamentação da Emenda 29, que pretende aumentar os repasses obrigatórios da União para a Saúde e a PEC 300, que cria um piso nacional para policiais nos Estados.
No Senado, a oposição promete tirar proveito do quadro de incertezas dentro da base para tentar emplacar a CPI para investigar as denúncias de corrupção no Dnit e aprovar convocações incômodas para o Executivo. Os aliados na Câmara esperam um cronograma de empenho de emendas.
Caso contrário, a base ameaça dar o troco das insatisfações na votação de temas desconfortáveis para o Governo, como a Emenda 29 e a proposta que acaba com o fator previdenciário. Dilma precisará de muito jogo de cintura, firmeza e competência nas articulações para superar tamanha adversidade.
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