terça-feira, 10 de maio de 2011

Taxa do cheque especial sobe em abril e passa de 150% ao ano


R7.com

crédito do comércio continuaram aumentando em abril. Uma pesquisa da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) mostrou que o custo do cheque especial, por exemplo, já passou dos 150% ao ano.
Segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (10), de seis linhas de crédito pesquisadas, somente duas mantiveram as taxas idênticas às de março. O cartão de crédito ficou em 10,69% ao mês (ou 238,30% ao ano) e o CDC (Crédito Direto ao Consumidor) de bancos, em 2,39% ao mês (32,77% ao ano).
O especial foi de 7,78% ao mês (145,73% ao ano) para 7,97% ao mês (150,98% ao ano). Entre março e abril, essa modalidade de crédito foi a que mais aumentou. Atualmente, esses são os maiores juros desde novembro de 2008.
No mês passado, o cartão e os empréstimos de financeiras eram as modalidades de crédito mais caras existentes no mercado. A primeira cobrava juros muito acima dos 240% ao ano, enquanto a segunda estava em 195,20% ao ano. O cartão está desde o mês passado no maior valor desde 2000.
Em uma conta simples, equivale a dizer que, se o cliente tinha uma dívida de R$ 300 no rotativo do cartão em maio do ano passado, em abril ele teria visto essa conta passar para R$ 1.014,90. Se a dívida fosse dó de março para abril deste ano, a conta iria ficar em R$ 332,07.
O caso do cheque especial é parecido. Se a conta bancária estivesse no vermelho em R$ 200 durante um ano, o total que o cliente deveria desembolsar para repor o crédito e os juros seria R$ 501,96.
A associação diz que a taxa média de juros cobrados dos consumidores no mês passado foi de 6,78% ao mês (o equivalente a 119,72% ao ano) para 6,81% (120,47%). O aumento é pequeno, mas reflete as medidas do governo para esfriar o consumo, como explica o coordenador do trabalho e vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliviera.
- Estas elevações podem ser atribuídas a todas as medidas que vêem sendo implementadas pelo Banco Central para frear o consumo interno e reduzir a inflação.
Crédito escasso
No último mês de 2010, o Banco Central ampliou a fatia dos depósitos compulsórios (a grana que os bancos são obrigados a deixar nos cofres do BC), o que foi visto como uma forma de tirar dinheiro de circulação. Foram tirados de circulação mais de R$ 70 bilhões, segundo a Anefac.
Na mesma ocasião, o BC aumentou a exigência de capital para operação de crédito a pessoas físicas com prazos superiores a 24 meses. Isso forçou os bancos a ficarem mais restritivos com o crédito para a compra do carro novo, por exemplo.
Em janeiro, março e abril, a taxa básica de juros aumentou, o que encareceu o dinheiro. No mês passado, o governo aumentou a mordida do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de empréstimos longos para o consumidor.
Tudo isso tem um motivo principal por trás: o controle da inflação. A ideia é deixar o crédito mais caro para esfriar o consumo e baixar um pouco os preços. Nos últimos 12 meses (entre maio de 2010 e abril), o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), usado como parâmetro da inflação do governo, ficou em 6,51% - acima da margem de segurança de 6,50% para a inflação.
Na pesquisa, a Anefac ainda considera os juros para as empresas. Das três linhas de crédito pesquisadas uma foi reduzida no mês (capital de giro) e duas foram elevadas (desconto de duplicatas e conta garantida).
A taxa de juros média geral para pessoa jurídica passou de 3,92% ao mês (58,63% ao ano), em março, para 3,96% ao mês (59,37% ao ano) em abril. Atualmente, esta é a maior taxa de juros média desde agosto de 2009.


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