segunda-feira, 2 de abril de 2012

Nem carne nem peixe

Blog Magno Martins


Em política, é possível servir a dois senhores? Não, mas no Recife o deputado Maurício Rands (PT) é a mais nova cópia acabada dessa suspeição. Permitiu ser usado pelo governador Eduardo Campos (PSB), que entre os petistas não queria João da Costa, João Paulo nem tampouco Humberto Costa como candidato a prefeito.
E ganhou, estranhamente, o apoio de Humberto. Se Rands emplacar as prévias e, consequentemente, a Prefeitura do Recife, em 2014 retribui a Humberto o apoio para este disputar o Palácio das Princesas ou segue como cão de guarda do governador?
Quem confia em Rands? Eduardo e Humberto que abram os olhos! Os trabalhadores, a quem representou como advogado da CUT, estão profundamente arrependidos do apoio dado a ele. Relator da PEC da Previdência que taxou os coitados dos inativos, o petista apunhalou os velhinhos pela subserviência vergonhosa ao Planalto.
Seu patrimônio triplicou depois que abandonou a advocacia e ingressou na atividade parlamentar. Só de um pleito para outro – 2006 para 2010 – seus bens engordaram 31%, passando de R$ 2,5 milhões para R$ 3,3 milhões.  
É o quarto mais rico da bancada federal, perdendo apenas para José Chaves, Inocêncio Oliveira e Gonzaga Patriota, conforme atestou o site Congresso em Foco. Elitista e sem cheiro de povo, Rands nada conhece do Recife.
Não sabe sequer onde fica a Rua da Bosta, recentemente reinventada na gestão João da Costa. Eduardo, que tenta aniquilar o PT com o homem-bomba Rands, talvez não saiba que está criando uma cobra no seu quintal.  
Pela trajetória mutante e confusa de Rands dá para concluir que estamos diante de um personagem raro e caricato na política, que não é peixe nem carne, como reza a sabedoria popular.

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