Blog do Magno Martins
O governador Eduardo Campos (PSB) e o senador Armando Monteiro Neto (PTB) não conversaram sobre a Proposta de Emenda Constitucional que permite a reeleição de Guilherme Uchoa (PDT) em 2013, para o que seria o seu quarto mandato como presidente da Assembleia Legislativa, mas há um clima de tensão envolvendo os dois.
Na semana passada, Ettore Labanca (PSB), prefeito de São Lourenço, foi ao escritório de Armando e pediu o apoio do PTB para a aprovação da PEC e ouviu um não como resposta.
O senador teria argumentado que era contra a mudança das regras constitucionais ao sabor de conveniências ocasionais, lembrando que ele mesmo foi contra mudanças no estatuto da CNI, quando as federações estaduais manifestaram a intenção de reconduzi-lo ao que seria o seu terceiro mandato na presidência da CNI. Defendendo o princípio democrático da alternância no poder, Armando teria dito ainda que manobras desta natureza aviltam e desmoralizam as instituições.
A partir daí, o tempo esquentou nos bastidores. Há versões de que Eduardo ficou irritadíssimo com o senador, surgindo comentários do tipo “na primeira vez que o governador precisa de Armando, ele diz não”.
Como não houve qualquer contato do governo com Armando, depois do encontro com Ettore, pode-se chegar a duas conclusões: ou Eduardo ficou mesmo muito contrariado com o senador ou compreendeu o posicionamento do seu mais forte aliado dentro da base governista. A discordância de Armando está restrita a uma questão fora dos compromissos programáticos e políticos da aliança com Eduardo, mas tem muita gente dentro do governo que não pensa assim.
Vai esfriar?
O governador Eduardo Campos já tem certeza da aprovação da PEC que permite a reeleição de Guilherme Uchoa, presidente da Assembleia. Agora, são poucos os que acreditam que essa vitória vai acalmar os ânimos dentro da base aliada. Os desdobramentos deste imbróglio só serão conhecidos mais perto de 2014.
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