quinta-feira, 2 de junho de 2011

Explicando o inexplicável

Blog do Magno Martins       
  
O ministro Palocci, do megapatrimônio elastecido com o dinheiro seu, meu, nosso, finalmente foi convocado, ontem, pelo Congresso para explicar como enriqueceu da noite para o dia, passando em quatro anos de um patamar de R$ 350 mil para R4 6,5 milhões.
Graças a um vacilo da base governista, o chefe da Casa Civil teve sua convocação aprovada pela Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. Tudo, diga-se de passagem, que o ministro não contava, porque foge de explicações ao Congresso como o diabo da cruz.
Na verdade, convenhamos, ele não tem como explicar como descobriu uma botija e fez negócios milionários usando o poder que detinha na campanha como principal auxiliar da presidente Dilma.
Só em apenas dois meses, entre o final do segundo turno da eleição presidencial em outubro e a posse da presidente em janeiro, o ministro embolsou R$ 10 milhões exercitando com competência a prática do lobby institucional. Fazendo, evidentemente, tráfico de influência.
Enriqueceu porque os clientes da sua consultoria deram lá atrás com uma mão, para lá na frente, com a posse de Dilma e a chegada de Palocci à Casa Civil, tirarem com a outra, ou com as duas, para ser mais preciso, porque também são igualmente gulosos.
Diante de tamanhas evidências, Dilma cometeu um pecado imperdoável ao não afastar Palocci. Foi lamentável passar a mão na cabeça do auxiliar e dar as costas à opinião pública. Certamente, se inspirou no ex-chefe, Lula, que adorava minimizar e ignorar os atos ilícitos dos seus ministros, a começar por José Dirceu, a quem tratava, carinhosamente, de “capitão” do seu time.

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