Coluna de Magno Martins
Folha de Pernambuco
O governador Eduardo Campos (PSB) sonha acordado em disputar a Presidência da República. Faltando três anos e meio para as eleições, já cumpre de forma disfarçada uma agenda de pré-candidato. Pelo menos uma vez por semana ou, no mínimo, a cada 15 dias, circula com desenvoltura em eventos no eixo São Paulo, Rio, Brasília e Minas.
Hoje, estará em São Paulo. Release distribuído pela sua assessoria de Imprensa informa que é o único governador do País convidado para proferir palestra no seminário Infra-instrutora, Urgências e Estratégias, promovido pela revista Brasileiros. O evento reúne, segundo ainda a assessoria do socialista, 400 megaempresários e acontece no sofisticado World Trade Center.
O governador mergulha fundo no cenário nacional apostando que seu nome pode se transformar no grande fato novo em 2014 num cenário em que Dilma não dispute a reeleição por fadiga de material e Luiz Inácio Lula da Silva, seu amigo do peito, aposente a ideia de voltar ao poder.
E aposte, igualmente, todas as fichas em um nome que possa percorrer o País emplacando a ideia de renovação e encarnando a modernidade em gestão pública, tendo como modelo o que julga como referência nacional – a sua própria administração em Pernambuco.
Sonhar é um direito legítimo de todo político, mas Eduardo pode ser vítima de um grande pesadelo. O PT não está digerindo Dilma, tem uma relação de desconfiança com o PSB e já enxerga 2014 com Lula na disputa.
Como o PMDB não abra mão da vice, na condição de maior legenda do País e que garante a governabilidade, o governador pernambucano provavelmente não consiga o que de fato deseja com as suas andanças pelo País: ser o companheiro de chapa de Lula.