Blog do Magno Martins
O ex-ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) virou um dos alvos centrais do Ministério Público Federal e da Polícia Federal na Operação Faktor (ex-Boi Barrica). Investigadores encarregados do caso ouvidos pela Folha de S.Paulo afirmam já ter elementos para indiciá-lo sob a suspeita de tráfico de influência em estatais na área de energia, incluindo a Petrobras. Apadrinhado do senador José Sarney (PMDB-AP), Rondeau ocupa desde 2006 uma cadeira no Conselho de Administração da companhia petrolífera na cota do governo -- a presidente Dilma o manteve no cargo. O ex-ministro recebe R$ 6.670 mensais para participar de uma reunião por mês na estatal.
No
inquérito, os policiais afirmam que Rondeau "figura como sócio oculto"
de escritórios de consultoria para "mascarar" o recebimento de recursos
por serviços prestados a empresas privadas. "Vou estar com o Silas na
terça. Vocês vão ver só uma coisa. Ah, p., ele é do conselho da
Petrobras. Vocês vão ver", diz Flávio Lima, empresário ligado a Fernando
Sarney e também investigado na Faktor, numa das conversas gravadas pela
PF. No diálogo, Lima cobrava R$ 160 mil de uma empresa. A Faktor é a
terceira operação da PF em que Rondeau figura entre os suspeitos de
corrupção e desvio de recursos públicos. Ele foi obrigado a abandonar a
pasta de Minas e Energia em 2007, acusado de receber R$ 100 mil em
propina para favorecer empresas privadas em obras federais.
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