Demóstenes Torres passou cinco horas, ontem, falando no Conselho de Ética do Senado sobre as relações dele com o bicheiro Carlinhos Cachoeira e, mesmo com todo o tempogasto no depoimento, foram poucos os parlamentares que se aventuraram a avaliar os argumentos apresentados. Os senadores, que acompanharam boa parte do depoimento, dizem que Demóstenes continua muito enrolado no Conselho, mas “saiu melhor do que entrou” do interrogatório porque apresentou uma defesa técnica, segundo o Radar Online.
A leitura é que Demóstenes será fatalmente cassado no colegiado, onde o voto é aberto, mas tem hoje chances reais escapar da cassação no plenário do Senado, onde o voto é secreto. Se for, de fato, absolvido, Demóstenes terá sido poupado, na avaliação dos senadores, porque conseguiu se beneficiar do sentimento corporativista do parlamento (senadores não cortam na própria carne) e porque as maiores bancadas do Senado (leia-se PT e PMDB) decidiram mantê-lo e não criar precedentes para a cassação de outros parlamentares. Afinal, ninguém sabe o que pode sair da infinidade de documentos em poder da CPI mista do Cachoeira.
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