Definido o candidato do PT à prefeitura do Recife, o partido marchará inexoravelmente para uma divisão interna de consequências imprevisíveis. As feridas que foram abertas durante o processo eleitoral dificilmente cicatrizarão até as eleições de outubro próximo. Além do embate político propriamente dito entre o prefeito João da Costa e o deputado Maurício Rands, a disputa se transformou numa batalha judicial e isso também terá desdobramentos na disputa pela prefeitura.
É certo que as prévias são um mecanismo democrático de que o PT foi obrigado a lançar mão para a definição do seu candidato. Mas a campanha foi contaminada por tantas agressões e ressentimentos que não há como unir o partido em torno do candidato vitorioso. Além do mais, prevê-se uma série se questionamentos sobre a legitimidade desse pleito, dado que não houve consenso entre os candidatos sobre o universo de filiados que teria direito a voto por meio das urnas eletrônicas.
A origem da divisão interna no partido foi a briga do deputado João Paulo com o atual prefeito, que saiu da esfera política e foi para o campo pessoal. João Paulo não mais o cumprimenta e isso também terá efeito no processo eleitoral. O curioso é que salvo os dois gladiadores ninguém nunca soube ao certo o que teria motivado essa contenda. A própria executiva nacional do partido já teve oportunidade de ouvir a versão de ambos e ainda não sabe ao certo qual dos dois tem razão.
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