Antes dos governos militares, havia no Brasil partidos sólidos e com raízes na sociedade. O PSD, a UDN, o PTB e o PCB eram partidos autênticos e com bandeiras definidas. A ditadura cometeu a burrice de extingui-los e de lá para cá não tivemos mais partidos que sejam dignos deste nome, à exceção talvez do PT. Isso tem sido constatado por pesquisas de opinião. O PT normalmente aparece com 15% das preferências da população e as outras legendas com percentuais ínfimos.
No entanto, a característica de todos eles é o autoritarismo. As cúpulas não se interessam mais por diretórios definitivos, e sim por comissões provisórias, que podem ser dissolvidas a qualquer momento pela vontade discricionária do presidente regional. Cria-se uma comissão provisória com cinco membros, muitas vezes de uma mesma família, e ela representa o “partido” no município. No dia que contrariar o interesse da direção regional, ela é dissolvida e substituída por outra.
Foi isso o que ocorreu em Petrolina. A mulher do deputado Odacy Amorim formou o PP no município e o direcionou para a chapa do marido, que é candidato a prefeito pelo PT. Mas aí a direção estadual interveio, dissolveu a executiva e a redirecionou para o PSB. Como ter partidos sólidos e enraizados desse jeito, se pela vontade de uma única pessoa as cédulas municipais poderão ser extintas? No entanto, como esse modelo ditatorial interessa a todos, ninguém se mexe para revogá-lo.
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