
O assunto começa a virar tabu no Planalto. Nem Dilma, que, quando ministra, foi colega de equipe dos personagens que hoje demite, nem nenhum de seus auxiliares ousam comentar a tal “herança maldita” de Lula, como a oposição gosta de classificar os recentes episódios que envolvem corrupção no primeiro escalão.
Depois de seis demissões em menos de um ano de mandato de Dilma, cinco das quais motivadas por denúncias de corrupção, o novo episódio começa a destruir a imagem de intolerância com o malfeito que a presidente já ostentou. A oposição a acusa de só agir depois da porta arrombada e do escândalo estabelecido. O Planalto não veste a carapuça e volta a adotar o padrão de resposta estabelecido por Dilma.
"O MEU, O SEU, O NOSSO''
O roteiro é conhecido: a presidente manda o ministro se explicar sozinho, começa um calvário no Congresso, onde o personagem é execrado publicamente, até que novas denúncias tornam insustentável sua manutenção no cargo. Depois da demissão, vem a transmissão de cargo para um substituto escolhido entre os correligionários do demitido e, numa cerimônia comovente, o governo agradece o desempenho e enaltece os feitos do ministro que sai. E nem notícia do dinheiro desviado. Aquele: “o meu, o seu, o nosso”, que jamais veremos voltar para os cofres públicos.
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