O presidente venezuelano Hugo Chávez, de 58 anos, que lutava contra uma
severa infecção respiratória após ter passado por uma delicada quarta
cirurgia contra um câncer, não resistiu e morreu nesta terça-feira (5)
em Caracas.
A morte do polêmico e midiático líder lança uma nuvem de incertezas na
política do país, já que Chávez não chegou a ser empossado para seu
quarto mandato presidencial, que começou em janeiro deste ano. O país
deverá convocar novas eleições em um mês.
Chávez esteve à frente do governo venezuelano por quase 14 anos,
período em que reduziu as desigualdades sociais no país, com uma forte
política assistencialista, baseada nas maiores reservas de petróleo do
mundo.
Por outro lado, deixa um país com violência e inflação em alta, além de
uma sociedade radicalmente dividida entre militantes apaixonados e
opositores enfurecidos.
Hugo Rafael Chávez Frías nasceu em 28 de julho de 1954, no Estado
interiorano de Barinas. O jovem ativista entrou para a carreira militar
em 1971 e, em 1975, formou-se na Academia Militar da Venezuela como
subtenente, especialista em comunicações, além de ter estudado ciências
políticas na Universidade Simón Bolívar.
Em 1982, ele criou o Exército Bolivariano 200, que, em 1989, passou a
se chamar MBR-200. Em 1990, chegou à patente de tenente-coronel.
O MBR-200 esteve à frente da tentativa de golpe de Estado realizada em 4
de fevereiro de 1992, na chamada Operação Zamora. O golpe não foi
bem-sucedido e Chávez foi preso.
Mais de uma vez Chávez declarou em público que o período na cadeia foi
fundamental para a formação do chamado movimento bolivariano.
Em 1994, o presidente da Venezuela à época, Rafael Caldera, concedeu
perdão a Chávez, mas proibiu este e outros participantes do MBR-200 de
voltarem ao Exército. Era uma tentativa de impedir que o
grupo organizasse outro golpe.
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