Um debate pobre, insosso e extemporâneo

Blog Inaldo Sampaio
Coluna Fogo Cruzado – Folha de Pernambuco 

Além de extemporâneo, o debate político sobre a sucessão do prefeito João da Costa está pobre, insosso, sem consistência. Há mais de um ano está se discutindo se o atual prefeito é candidato à reeleição ou se o PT cederá a vez ao deputado João Paulo, com quem ele se desentendeu. Não se discute uma ideia nova para cidade, que está há 11 anos nas mãos dos petistas e não é referência nacional em nenhum setor – educação, saúde, segurança, iluminação, limpeza urbana, etc. Urge, pois, mudar esta pauta.

O pior é que o PT não dá sinais de que pretende encerrar esse jogo pobre, que está girando em torno de nomes e não de um projeto de governo para a cidade. Até agora, por exemplo, não foi dito à população porque João Paulo é melhor que João da Costa à frente da gestão municipal, se um representa a continuidade do outro. Sabe-se apenas que houve um desentendimento entre eles, que culminou com o rompimento. Mas numa cidade politizada como o Recife é preciso um debate mais denso.

Deve-se reconhecer por questão de justiça que o único que tem se esforçado para iniciar um debate elevado sobre a cidade é Raul Jungmann, que ontem esteve em Curitiba para conhecer o eficiente sistema de transporte público daquela capital. Exceto ele, as oposições não estão contribuindo para qualificar o debate político. Vizitazinhas a prédios públicos apenas para sair nos jornais do dia seguinte não é debater as questões da cidade. É preciso discuti-la, sim, com elevação e sem demagogia.