Pelo andar da carruagem, a escolha do candidato do PT à prefeitura do
Recife não será feita pelo diretório municipal. A definição do nome
será do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff. A disputa
está acirrada entre o prefeito João da Costa e o deputado João Paulo e
só uma instância superior será capaz de pôr ordem na casa. Essa
instância é mais Lula do que propriamente Dilma, que nunca teve vida
partidária intensa e não está pretendendo se envolver nas disputas
municipais.
A radicalização entre os dois “Joões” poderia abrir caminho para o
surgimento de um terceiro nome, Humberto Costa, que tem bom trânsito com
o prefeito e também com o seu antecessor. Porém, ele consultou Lula a
esse respeito e o ex-presidente o desaconselhou. Acha que ele está muito
bem à frente da bancada petista no Senado, e que deve permanecer lá.
Com isso, continua aberta a possibilidade de surgir outro “tercius”
dentro do PT, já que João Paulo veta João da Costa e, vice-versa.
É um quadro muito complicado que ninguém de sã consciência pode
prever de que maneira irá terminar. O governador Eduardo Campos está
dizendo que não tomará nenhuma decisão sem consultar Lula e Dilma. E o
ex-presidente, por sua vez, não chancelará nenhum candidato que não
tenha a aprovação do governador. Nesse contexto, o prefeito João da
Costa ainda tem chance, a menos que o PT lhe ofereça uma “saída honrosa”
para abdicar da reeleição. Na marra, ele não sairá de jeito nenhum.
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