quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Criação de emprego em 2013 é a menor em 10 anos

O ESTADÃO

BRASÍLIA - O Brasil criou 1.117.171 empregos com carteira assinada em 2013, o menor desempenho dos últimos dez anos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho. O resultado só foi melhor que o verificado no ano de 2003, quando foram geradas 821.704 vagas.
O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, contudo, espera um desempenho melhor neste ano. Segundo ele, a estimativa é que o Brasil gere entre 1,4 milhão e 1,5 milhão de postos em 2014. "Se fizermos análise dos últimos 3 meses, vemos que há indicativo de aquecimento do emprego", afirmou.
Para Dias, o Brasil está gerando empregos "razoáveis" em comparação com o restante do mundo. "Aí está o milagre brasileiro, o mundo todo está querendo saber como nós conseguimos, em paralelo a toda essa crise, gerar empregos", afirmou.
Ao mesmo tempo em que a oferta de vagas no mercado formal perde força, a taxa de desemprego geral no País continua em patamares baixos. O rendimento também continua a crescer, mesmo que a ritmos mais modestos.
O saldo de empregos em 2013 caiu 18,61% ante 2012, de acordo com a série ajustada. Pela série sem ajuste, houve alta de 28,67%.
A série sem ajuste considera apenas o envio de dados pelas empresas dentro do prazo determinado pelo MTE e é a preferida do Ministério do Trabalho e Emprego. Após esse período, há um ajuste da série histórica, quando as empregadoras enviam as informações atualizadas para o governo.
O setor de serviços foi o que mais gerou empregos em 2013. O saldo líquido foi de 546.917 vagas no ano passado. Já o comércio criou 301.095 postos; a indústria de transformação, por suas vez, 126.359 vagas; a construção civil, 107.024; administração pública, 22.841; indústria extrativa mineral, 2.680; e a agricultura, 1.872.
Demissões de fim de ano. Em dezembro, o Caged registrou um saldo negativo de 449,4 mil empregos - nesse período do ano é normal ocorrer mais demissões que contratações.
O saldo de empregos em dezembro, apesar de negativo, foi 10,65% melhor do que o visto em dezembro de 2012, quando houve fechamento de 503.041 vagas pela série ajustada.
Seguro-desemprego. O ministro também disse que governo, patrões e empregados vão discutir soluções para o seguro-desemprego e o abono salarial em março. Segundo ele, não há um prazo para chegar-se a um acordo. "Não precisa de consenso. Se não tiver consenso, vai para decisão", afirmou, sem detalhar qual seria a decisão.
Em outubro de 2013, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo estudava a redução dos gastos com seguro-desemprego e abono salarial. Na ocasião, disse que era urgente reduzir essa despesa ou impedir que ela continuasse crescendo.
Dias afirmou que nos dias 11 e 12 de março ocorrerão seminários em Brasília para reunir governo, patrões e empregados para "fazer um diagnóstico da rotatividade". "A hora de mudar é quando está tudo bom e está tudo bem", disse.

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