O vereador Sivaldo Albino (PPS),
continua cumprindo o seu papel de fiscalizar a aplicação de verbas públicas
destinadas ao município de Garanhuns. Na semana passada o parlamentar recebeu
uma vasta documentação do Ministério do Turismo, onde consta o resultado da
reanálise técnica da prestação de contas de um convênio celebrado entre o órgão
e a Associação do Comercio da Indústria e
Agroindustrial de Garanhuns e Agreste Meridional, ACIAGAM, no ano de 2009.
No documento, o
Ministério do Turismo pede a devolução de R$ 570 mil, pelo fato da entidade
comandada pelo então deputado Izaías Régis (PTB), hoje prefeito de Garanhuns,
não ter conseguido provar a aplicação dos referidos recursos. O Ministério do
Turismo repassou a associação, R$ 1.950.000,00 (um milhão, novecentos e
cinquenta mil reais) para a realização do “Circuito do São João do Agreste”,
com festas em Garanhuns, Cachoeirinha, Capoeiras, Correntes, Paranatama, Saloá
e Terezinha. E depois que as festas acabaram, a Aciagam precisou provar que
realmente usou o dinheiro de uma forma lícita, só que não conseguiu e por isso
precisará devolver parte dos recursos.
Casos inusitados
foram registrados pelo Ministério do Turismo. A contratação de “Gilberto e
Banda”, por R$ 20 mil é um desses. O artista de São Bento cobrou R$ 2 mil de
cachê. Já a banda “O Bom Quixote”, que na época tocava por cerca de R$ 800,
aparece na relação da ACIAGAM com um cachê de R$ 20 mil. Além disso, a ACIAGAM disse ter usado R$ 480 mil para pagar
propaganda numa rádio FM do Recife, no entanto, não conseguiu comprovar tal
investimento.
FARRA COM O
DINHEIRO DO POVO -
Curiosamente, a entidade conseguiu comprovar algumas contratações que não
deixam de ser suspeitas, pelos valores informados. O cantor Léo e Banda, que
faz sucesso nas noites em Garanhuns apareceu com seu cachê pago no de R$ 15 mil
o que é totalmente fora da realidade do preço praticado pelo músico naquela
época e nos dias de hoje. A banda Forró Danado de Bom, também aparece com o
mesmo valor pago pelo seu cachê R$ 15 mil, mas também não condiz com valor
praticado por essa banda em cada apresentação.
OUTROS CASOS - As contratações de outras seis atrações também
merecem ser analisadas com cuidado, principalmente, por quem é da área de
eventos. A banda “Bonde da Paixão” foi contratada por R$ 10 mil reais, a banda
Forró Pesado teria recebido R$ 10 mil, a banda Forró Lamerengue, também teria
recebido R$ 10 mil, enquanto “Feras do Forró” ficou com o cachê de 20 mil
reais, o mesmo valor pago ao cantor André Rio. Já a banda “Amor Perfeito”,
teria abocanhado R$ 50 mil reais naquela festa de 2009. “Os valores são fora da
realidade, o que pode direcionar que há indícios de superfaturamentos”, aponta
o vereador Sivaldo Albino.
O vereador também considera um
absurdo o fato da ACIAGAM ter dito ao Ministério do Turismo que fez
investimento de quase meio milhão de reais numa rádio do Recife. Para fazer
valer o princípio da transparência, Sivaldo decidiu encaminhar para toda a
imprensa cópias dos documentos, que estavam sendo mantidos em sigilo absoluto
pelo prefeito Izaías e demais envolvidos no episódio do “showgate”, como ficou
conhecido numa referência ao escândalo do Watergate.
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