sábado, 9 de novembro de 2013

Absurdo é deixar roubar

Blog Magno Martins


Na passagem, ontem, pelo Rio Grande do Sul, a presidente Dilma reclamou da decisão do Tribunal de Contas da União de recomendar ao Congresso a suspensão imediata de sete obras em andamento com recursos do PAC.
Quarta-feira passada, o TCU mandou relatório ao parlamento identificando superfaturamento em todos os projetos apontados, com indícios graves de irregularidades. Constam na relação às ferrovias Norte e Sul, Leste e Oeste, o esgotamento sanitário de Alagoas e as obras de controle de enchentes em Teresina.
Tem ainda a Vila Olímpica em Parnaíba, a ponte sobre o Rio Araguaia e a pavimentação da BR-448, no Rio Grande do Sul. Em Pernambuco, entrou apenas a refinaria Abreu e Lima, cujos indícios de falcatruas começam a partir das obras de terraplanagem.
Ao invés de bater de frente com o TCU, Dilma deveria elogiar o trabalho de investigação dos ministros daquela corte, porque o que está em jogo é o desperdício de dinheiro público por quadrilhas.
No Brasil, existe uma cultura perversa de desvios de recursos em praticamente todos os projetos e obras, que iniciam com um determinado custo e acabam custando 10 vezes mais. O caso mais simbólico é o da Transposição do rio São Francisco, inicialmente estimada em R$ 4,5 bilhões, mas já orçada em R$ 8 bilhões.
O Brasil continua sendo o País do desperdício, da roubalheira, dos espertalhões. “É um absurdo paralisar obras”, protestou Dilma. Absurdo, presidenta, neste caso, é deixar roubar.


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