Na
passagem, ontem, pelo Rio Grande do Sul, a presidente Dilma reclamou da
decisão do Tribunal de Contas da União de recomendar ao Congresso a
suspensão imediata de sete obras em andamento com recursos do PAC.
Quarta-feira
passada, o TCU mandou relatório ao parlamento identificando
superfaturamento em todos os projetos apontados, com indícios graves de
irregularidades. Constam na relação às ferrovias Norte e Sul, Leste e
Oeste, o esgotamento sanitário de Alagoas e as obras de controle de
enchentes em Teresina.
Tem ainda a Vila Olímpica em Parnaíba, a ponte sobre o Rio Araguaia e a pavimentação da BR-448, no Rio Grande do Sul. Em
Pernambuco, entrou apenas a refinaria Abreu e Lima, cujos indícios de
falcatruas começam a partir das obras de terraplanagem.
Ao
invés de bater de frente com o TCU, Dilma deveria elogiar o trabalho de
investigação dos ministros daquela corte, porque o que está em jogo é o
desperdício de dinheiro público por quadrilhas.
No
Brasil, existe uma cultura perversa de desvios de recursos em
praticamente todos os projetos e obras, que iniciam com um determinado
custo e acabam custando 10 vezes mais. O caso mais simbólico é o da
Transposição do rio São Francisco, inicialmente estimada em R$ 4,5
bilhões, mas já orçada em R$ 8 bilhões.
O
Brasil continua sendo o País do desperdício, da roubalheira, dos
espertalhões. “É um absurdo paralisar obras”, protestou Dilma. Absurdo,
presidenta, neste caso, é deixar roubar.
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