A queda de oito pontos percentuais na popularidade de Dilma, apontada em pesquisa do Datafolha, não foi comemorada pela oposição, que, obviamente, gostou também. Foi festejada, especialmente, pela própria base do Governo no Congresso: PMDB, PDT, PSB, PTB, etc.
Por quê? Para um aliado com trânsito no Planalto, a razão é muito simples: ensandecidos com o tratamento grosseiro da presidente e das suas interlocutoras com o Congresso – as ministras Gleisi Hoffman (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) – deputados e senadores governistas apostam no fim do sapato alto.
Ao cair, Dilma, embora lidere com folga a corrida presidencial, passa a ser encarada como algo que pode ser vulnerável, sem a blindagem que protegeu Lula ao longo dos seus dois mandatos.
A presidente perde gordura num momento muito difícil para o seu governo, em que as relações com o Congresso se deterioraram, o dólar sobe, a inflação ameaça voltar, o risco Brasil aumenta e o País não cresce, conforme aponta o pibinho.
Em todas as adversidades, o Governo mostra-se incompetente. Bastam dois exemplos: as trapalhadas na boataria do fim do programa Bolsa Família, um erro da própria CEF, e o impasse com índios no Mato Grosso do Sul, que já resultou na queda da presidente da Funai e no desgaste do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, que parece mais perdido do que cego em tiroteio.
A queda na pesquisa, aliás, é reflexo disso tudo. Dilma tem um viés autoritário, é muito arrogante e pavio curto. Se continuar caindo seus aliados vão festejar muito mais, porque sabem que descerá do pedestal temendo que seu castelo seja de areia, que num sopro despenca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário