terça-feira, 2 de março de 2010

Junior Brunelli, deputado da oração da propina, renuncia

Ele não perde os direitos políticos por não ter sido notificado de processo.
Carta de renúncia foi lida no plenário da Câmara do DF nesta terça-feira
Rafael Targino
Do G1, em Brasília


O deputado distrital Junior Brunelli (PSC), protagonista do que ficou conhecido como “oração da propina” (veja vídeo ao lado), renunciou nesta terça-feira (2) ao mandato. Havia contra ele um processo por quebra de decoro parlamentar. Como não foi notificado, Brunelli não perde os direitos políticos com a saída da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Ele é suspeito de participar do suposto esquema de propina que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília. Outro suposto envolvido – Leonardo Prudente (sem partido, ex-DEM), chamado de "deputado da meia" – entregou a carta de renúncia na sexta (26) e teve o ato oficializado nesta terça. Outra suposta participante do esquema, a deputada Eurides Brito (PMDB), já disse que não renuncia.

A carta de Brunelli estava pronta desde sexta e foi entregue e lida na sessão plenária desta terça. O documento foi lido pela deputada Jaqueline Roriz (PMN). Brunelli aparece em dois vídeos gravados pelo ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa, que delatou à Polícia Federal o suposto esquema de corrupçãp no DF. O primeiro vídeo é o mais famoso, no qual Brunelli (de camisa roxa) aparece rezando com Durval (de camisa vermelha) e Prudente (de camisa branca). Em outro vídeo gravado por Barbosa, Brunelli recebe um maço de dinheiro.

A carta

Na carta, com erros de português, Brunelli diz que foi vítima de uma “conspiração política” e que os vídeos são “apócrifos, manipulados e sem origem”. Ele afirma que oração foi para uma pessoa que “vivia grandes conflitos emocionais.” “O que eu fiz, na companhia de um colega parlamentar [Prudente], foi uma oração que desse ao personagem o reconforto espiritual, o equilíbrio emocional.”

Brunelli diz que o dinheiro que recebe em um dos vídeos “era destinado a um evento de campanha. Isso tão somente. Nada mais.” Ele diz que essa é “uma prática comum dos partidos políticos brasileiros.” Segundo Brunelli, esse vídeo foi gravado em 2006; o da oração, em setembro de 2009.

Ele termina a carta dizendo que renuncia para “não ser submetido ao julgamento político previamente decidido” e que vai “provar na Justiça” sua inocência. Brunelli ainda pede perdão e diz que perdoa aqueles que o “crucificaram.”


Materia completa no site
http://www.globo.com/

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