Com 31 deputados, quatro senadores, um ministério poderoso, o dos Transportes, e o prestígio que adquiriu, em 2002, por ter ajudado a viabilizar a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para o Palácio do Planalto, o PR ameaça agora deixar a aliança formada para dar apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff, Uma decisão a respeito deve ser anunciada hoje pelo líder do partido na Câmara, o mineiro Bernardo de Vasconcelos.
A iniciativa é comandada pelo senador Magno Malta (ES), que foi o primeiro parlamentar a falar, em 2010, a favor da candidatura de Dilma. Ele não apenas rompeu com a presidente como decidiu anunciar sua pré-candidatura para a campanha presidencial que se inicia em julho. De aliado, passou a adversário.
A dissidência aberta por Malta não demorou a irradiar-se pelos Estados. Nos últimos dez dias foram realizadas pelo partido pelo menos 15 reuniões em diferentes Estados do País – e o que mais se ouviu, nesses encontros, foi um apelo para o rompimento com a candidatura de Dilma. Ele vinha seguido de uma frase: “O governo não é governista”.
Em outras palavras, o PR quis dizer que, em ano de eleição, mais importante do que ter o controle do Ministério dos Transportes é conseguir a liberação das emendas dos parlamentares ao Orçamento. Muitas obras de interesse direto dos eleitores, nas bases desses políticos, dependem desses recursos. Sem elas, pedir votos fica mais difícil.
A situação tornou-se tão crítica que, em uma reunião do partido há cerca de 15 dias, seu presidente, senador Alfredo Nascimento (AM), foi colocado contra a parede por vários dos presentes. Alguns participantes dizem que Nascimento foi chamado de tudo, até de “frouxo” – para muitos ele não luta de modo adequado para conseguir a liberação das emendas. Chegou-se a discutir a saída do ministro Cesar Borges e um rompimento formal.
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