A educação profissional vive um momento decisivo. A procura por esse tipo de ensino atingiu patamares inéditos no Brasil e em Pernambuco. Só que não o suficiente para matar a fome do mercado de trabalho, em especial, o voraz setor industrial. Salários altos e emprego certo, por incrível que pareça, se mostram ineficientes para corrigir a atual distorção do nosso sistema educacional. Apesar de cada vez mais jovens estarem buscando aprender uma profissão, pode-se dizer que ainda falta um maior interesse do público-alvo. A dura verdade é que o desejo pelo diploma universitário, uma cultura secular no Brasil, mascara um preconceito enraizado na sociedade: de que ensino profissional é coisa de pobre.
Em 2011, Pernambuco contava com 31.411 alunos matriculados em cursos técnicos, públicos e privados (aqui incluídos os do Sistema S). Mas análise da consultoria Ceplan mostra que somente as demandas até 2014 de dois segmentos econômicos, a construção civil e a indústria metalmecânica, são de 32.500 novos trabalhadores por ano. O equilíbrio está distante. São 9 milhões de estudantes de Ensino Médio no Brasil. Um milhão faz um curso profissional. Aproximadamente 11%. Pernambuco está próximo disso, com 8,8% – já que são cerca de 350 mil pessoas no segundo grau.
Em países industrializados e mais livres de preconceitos contra o ensino técnico, como Inglaterra e Alemanha, o percentual salta para 30%. No primeiro, onde essa educação é chamada de vocacional, o contato da população com aulas práticas ocorre aos 13 anos de idade. Em Pernambuco, pensar num patamar desta ordem só será possível em 2016, segundo estimativas do secretário-executivo de Educação Profissional, Paulo Dutra. É para esse ano que se espera o funcionamento pleno de 60 escolas técnicas estaduais, com capacidade, cada uma, para 1.000 alunos. Hoje são 20, sendo que seis ainda não têm prédio próprio. Sem contar a expansão prevista para o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPE) em Pernambuco, que até 2014 contará com mais sete unidades.
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