quarta-feira, 18 de abril de 2012

O maquiavelismo do governador

Blog Magno Martins


No Recife, a estratégia do governador Eduardo Campos (PSB) de sangrar o PT está sendo exitosa, mas por trás desta sangria há outro objetivo crucial: isolar completamente o prefeito João da Costa, para que o mesmo se convença da sua derrota e a prévia contra Maurício Rands seja, consequentemente, cancelada pela desistência de um dos candidatos.
O primeiro passo o governador já deu: convencer o deputado João Paulo a aderir ao palanque de Rands. Isso tirou o candidato palaciano do isolamento e lhe deu, ao mesmo tempo, uma sobrevivência.
A próxima etapa é mais complicada e difícil: trazer para Rands o apoio dos partidos da Frente Popular, especialmente os do bloco alternativo criado pelo senador Armando Monteiro Neto (PTB), que resiste.
Como a eleição prévia ainda está muito distante – exatamente em 20 de maio – a jogada do governador é, a cada dia, criar um fato novo que passe a impressão de que o prefeito está perdendo e perderá todas as condições de levar a melhor no enfrentamento com Rands.
O primeiro presidente de partido a anunciar apoio a Rands seria Carlos Eduardo Cadoca, do PSC, mas este, embora tenha admitido que a entrada do secretário de Governo no processo tenha criado um fato novo, não confirma sua disposição de oficializar o apoio.
A pressão será grande. Se não conseguir nenhum dos partidos e sentir que Rands perde, o governador pode inverter o processo, ou seja, forçar a saída de Rands. Que tende a resistir.

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