Em certo momento do processo sucessório no Recife, o governador Eduardo Campos (PSB) chegou de fato a vislumbrar um cenário no qual o prefeito João da Costa ficaria sem disputar a reeleição. Humberto Costa era a primeira opção, depois Maurício Rands e até numa última hipótese João Paulo.
Ao voltar das suas férias, entretanto, o líder socialista identificou uma articulação de Humberto com João Paulo, até então inimigos figadais, com vistas às eleições na capital que desaguaria em 2014, com o único objetivo de atrapalhar a eleição do seu sucessor.
Humberto apareceu na mídia queimando João da Costa para viabilizar o nome de João Paulo. Eleito, o ex-prefeito assumiria o compromisso de apoiar Humberto para governador, rachando a Frente Popular e criando, ao mesmo tempo, um poder paralelo no bloco das esquerdas para reduzir o poder de fogo do governador.
Humberto e João Paulo esqueceram que o governador é muito mais sabido do que eles. Veio da escola arraesista e sabe como ninguém identificar conspirações e fogo amigo. Agiu mais rápido e já escolheu João da Costa como candidato.
Tão forte quanto Lula em Pernambuco, o governador chegou à conclusão de que reelege o prefeito do Recife, embora saiba que contará ao longo da campanha com a má vontade de João Paulo e Humberto.
Os louros da vitória de João da Costa serão depositados na conta do governador; uma eventual derrota, na conta do PT (leia-se João Paulo e Humberto, se vierem a cruzar os braços).
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