Em silêncio sobre o desgaste na relação com o atual prefeito do Recife,
João da Costa (PT), há aproximadamente um ano, o ex-prefeito e deputado
federal eleito João Paulo (PT) quebrou o “jejum” ontem. Em entrevista
publicada pela Folha, no domingo, Costa atribuiu dificuldades, nos dois
primeiros anos de sua gestão, a “restos a pagar de R$ 110 milhões”
encontrados na PCR contra apenas “R$ 10 milhões em caixa”. Por meio de
nota à Imprensa, João Paulo o advertiu endurecendo o tom: “O atual
prefeito tem que deixar de lado a sua arrogância e tomar todas as
medidas para melhorar a sua gestão. A cidade está precisando!”.
Ao
iniciar o texto, o deputado eleito grifa que todas as informações a
respeito da situação financeira de sua administração (2002-2008) foram
publicadas no Diário Oficial do município, não sendo, portanto,
novidade.
“O atual prefeito, inclusive, tem
conhecimento, pois foi meu secretário (Planejamento e OP) durante os
oito anos e participou de todos os núcleos de coordenação e decisão de
Governo”, realça João Paulo.
Ele ressalta que sempre
prezou “em honrar compromissos”. Como prova, resgatou uma lista de
iniciativas de sua autoria: “Mantive em dia o pagamento dos
fornecedores; implantei a antecipação do pagamento dos salários dos
servidores; e deixei recursos em caixa para o andamento de obras
importantes, desde habitação à infraestrutura, como Capitão Temudo, Via
Mangue (inaugurei a primeira etapa), Dona Lindu (inaugurei a primeira
etapa) e Capibaribe Melhor”.
Após pontuar tais itens,
João Paulo reservou-se ao direito de voltar a calar sobre “as demais
declarações do atual prefeito, porque elas não contribuem para a unidade
e o avanço do projeto político do campo de esquerda do Recife e de
Pernambuco”. Entre os outros comentários que teceu, na entrevista, João
da Costa registrou que “até hoje não existia” um plano municipal de
drenagem, tachando a referida ausência como “falha grande”.
Indagado
sobre os convites feitos pelo PCdoB e PDT a João Paulo para que
ingressasse em suas fileiras, o prefeito destila novos resquícios do
mal-estar: “É a 15ª vez que João Paulo quer sair do PT. É mais uma chuva
de verão para ocupar o noticiário do que fato político de verdade”.
O
assunto repercutiu no Twitter. Em defesa do pai, João Paulo Filho
anotou: “Só hipócritas conseguem transformar continuidade em discurso de
oposição interna a si mesmo. Seria traição negar o próprio passado? +
burrice!”. E acrescentou: “Na política, só o amor destrói, já que só
quem pode trair é sempre o aliado”. Ex-secretária de Comunicação da PCR,
Ruth Vieira brincou: “(João) Luiz respeita (João) Januário...”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário