Escrito por Inaldo Sampaio
Pela foto que os jornais publicam hoje, é possível concluir que foi traumática a escolha do candidato do PT ao Senado na chapa da Frente Popular. Foi um acordo forçado, mal resolvido, que não deixou bem na fotografia o ex-prefeito João Paulo, o ex-ministro Humberto Costa nem o atual prefeito do Recife, João da Costa. A cara de todos durante a coletiva de imprensa dada ontem pelo presidente nacional do partido, José de Eduardo Dutra, era de quem haviam saído do velório de um ente querido.
José Eduardo chegou sábado ao Recife com uma pesquisa de opinião embaixo do braço, feita pelo Instituto “Vox Populi”, apontando empate técnico entre João Paulo e Humberto Costa e um equilíbrio de forças no partido, caso as prévias fossem inevitáveis. João Paulo não engoliu os números da pesquisa porque em outras a que teve acesso está bem melhor no filme que o seu competidor. Todavia, para não entrar em conflito com a direção nacional, claramente pró Humberto, obrigou-se a recuar.
Sem querer pôr em dúvida a credibilidade do instituto, é improvável esse suposto empate técnico e muito menos provável ainda um equilíbrio de forças entre eles no interior da legenda. O controle do partido é de Humberto, porém o ex-prefeito do Recife tem muito mais densidade eleitoral metropolitana. Assim, se o PT queria Humberto como candidato deveria ter estimulado as prévias, já que ele venceria de qualquer jeito. Impôs a João Paulo uma pesquisa duvidosa e terá que arcar com as conseqüências.
Nem João Paulo nem Humberto Costa me dizem nada como candidato ao Senado. E as próprias brigas internas traduzem o estado de unificação do PT.
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