quinta-feira, 15 de abril de 2010

Crianças que apanham podem se tornar agressivas

Segundo estudo feito nos Estados Unidos, bater nas crianças só mostra a elas que a violência pode ser a solução de problemas
Revista ÉPOCA


Crianças agredidas estão mais propensas a desafiar, a se frustrar e fazer birraDisciplinar crianças pequenas é uma das responsabilidades mais difíceis para os pais, e não há quem discorde disso. Mas bater nos filhos, ou usar qualquer outro tipo de punição corporal, para discipliná-los está longe de ser um senso comum. A ciência acaba de mostrar que, definitivamente, a violência física dirigida às crianças não é saudável. Pesquisadores da Universidade de Tulane descobiram que, dos quase 2.500 jovens por eles estudados, aqueles que sofreram muitas agressões aos três anos de idade tinham mais propensão de ser agressivos aos cinco. A pesquisa só comprova o que já foi descrito em pesquisas anteriores sobre as armadilhas do castigo corporal. Uma delas, feitas por um grupo da Universidade de Duke, revelou que crianças que foram agredidas quando tinham 12 meses obtiveram as menores pontuações em testes cognitivos aos três anos.

A pesquisa foi a primeira a levar em conta variáveis que normalmente associam a surra e o comportamento agressivo posterior. Os pesquisadores consideraram fatores como negligência materna, violência ou agressão entre os pais, estresse e depressão materna, o uso de álcool e drogas pela mãe e se a mãe pensou em abortar durante a gravidez. Cada um desses fatores contribuiu para o comportamento agressivo de crianças aos cinco anos, mas não explica todas as tendências à violência nessa idade.

"As probabilidades de uma criança ser agressiva aos cinco anos são 50% maiores se ela tiver sido agredida (fortemente) mais de duas vezes no mês anterior", diz Catherine Taylor, líder do grupo. O estudo, que saiu nesta segunda-feira (12) na publicação Pediatrics, mostra que, além dos fatores mais evidentes, que influenciam o comportamento violento, bater nas crianças continua a ser sua mais forte causa.


Maréria Completa na Revista ÉPOCA


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